Não encha o tanque até a boca

03/06/2014

Uma lei catarinense e uma campanha educativa realizada em alguns estados brasileiros fazem o alerta: encher o tanque de combustível até a “boca" pode causar prejuízos ao bolso dos motoristas. Em Santa Catarina, os postos de combustíveis estão impedidos desde janeiro de ultrapassar o limite da trava da bomba de abastecimento do carro, conforme a Lei 16.333/14 sancionada pelo governo do Estado. Mas embora sejam os únicos a contar com legislação específica, os catarinenses não estão sozinhos, já que a campanha “Não Passe do Limite” ganhou as ruas em outras regiões do país.

Hábito tradicional dos motoristas na hora do abastecimento, o famoso "chorinho" prejudica o funcionamento do veículo, levando à perda de desempenho do motor. Isso ocorre porque os tanques têm uma capacidade fixa de abastecimento, com uma área ‘extra’ prevista para receber o volume de combustível que se expande e os gases produzidos em função da temperatura na qual o combustível se encontra.

Ao ultrapassar esses limites, o combustível ocupa todo o espaço interno e encharca o cânister, um dispositivo feito para absorver os vapores de combustíveis gerados dentro do tanque. Com o excesso de combustível abastecido, o líquido entra no cânister e o sistema de filtro perde sua função, o que pode causar falhas no motor, danos à pintura, desperdício e outros problemas de abastecimento fora dos padrões.

O catalisador existente no sistema de escapamento de veículos automotores converte os gases veiculares nocivos à natureza e à saúde, diminui o desgaste do veículo e ajuda a atenuar o ruído.

O consultor técnico da Tuper Escapamentos e Catalisadores, Salvador Parisi, reforça que com o tanque cheio “até a boca”, o combustível chega ao cânister e quando isso acontece o sistema é destruído e deve ser substituído imediatamente, sob o risco de danos maiores a outros componentes do veículo. “A orientação das montadoras é abastecer com o gatilho da mangueira da bomba na posição ‘automático’ e, após o terceiro desligamento, interromper o processo”, comenta.

A medida é necessária porque, segundo Parisi, ao abastecer completando o tanque até a ‘boca’, o combustível ocupa todo o espaço interno, inclusive o destinado à sua dilatação. “Nesta situação, não haverá mais espaço interno para expansão, e não somente o tanque estará completo de combustível, como também a mangueira de conexão, entre o bocal de abastecimento e tanque”, diz.

 

Da redação